sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Iceberg

Quero ir mais além, quero voar mais alto, mas... Vou caminhando sozinho perdido em pensamentos em sensações estranhas numa estrada em que o caminho é longo e esburacado, a estrada da vida que me pesa as pernas. Sinto-me preso, amarrado com nós tão apertados que sinto dor, doe em meu peito. A vida tem sido cruel, e cada vez mais as barreiras se impõem sob o caminho. Não tem sido nada fácil, são rasteiras e mais rasteiras, tento me reerguer, me recompor, mas é difícil... É difícil saber que devemos ser algo que não queremos ser, que vai de encontro com a nossa essência e com os nossos ideais, que nos fazem sentir apenas mais um, mais um lutando para sobreviver em meio a um turbilhão de duvidas e incertezas.

Me vejo cheio de vontade de mudar as coisas que estão ao meu redor, olho e percebo tantas injustiças... Vejo tudo passar tão rapidamente. Sinto medo do que está por vir, sinto vontade de ser livre, me livrar das coisas que me fazem mal que me desviam do meu caminho do meu foco e me fazem gritar, chorar, doer, pensar em mim vivendo o total e saber que o mundo é e não é meu.

(Henrique Ferreira)

Materialismo cultural


Vivemos cada dia mais sozinhos e apegados ao material; esquecemos dos verdadeiros valores da vida e assim caímos em um poço de amargura e ilusão, estagnados com a ideia da vida boa e da fartura, preocupados demais com a roupa cara da vitrine, com o tênis de marca, com a impressão que vamos causar ou com o status que queremos ter. Adormecemos profundamente numa utopia, com nossos desejos de um carro do ano e da cobertura à beira mar. Poluímos, destruímos e tudo em nome de um falso progresso, progresso esse que quebra o frágil equilíbrio entre homem e natureza, fazendo com que nos esqueçamos da nossa essência e dos nossos verdadeiros valores, fechando os olhos para uma realidade triste de uma sociedade famigerada e individualista.

(Henrique Ferreira)