domingo, 25 de março de 2012
quinta-feira, 22 de março de 2012
Pó
A ganância corrói a alma
Mas o homem é tolo, acha que o dinheiro é consolo
E vive à trabalhar, se concentrando em faturar
Muito fascinados com matéria
Analisam o sapato, o prédio, o carro
Insanos! vivem num eterno engano
Sem saber o que realmente importa
O amor que move e transforma
Procuram ser felizes a todo custo
Respostas querem para tudo
Ostentam seu luxo mesmo na cegueira
Xingam, roubam e matam por besteira
Imaginam que conseguem ir além
Olhando o outro com desdém
Henrique Ferreira
Mas o homem é tolo, acha que o dinheiro é consolo
E vive à trabalhar, se concentrando em faturar
Muito fascinados com matéria
Analisam o sapato, o prédio, o carro
Insanos! vivem num eterno engano
Sem saber o que realmente importa
O amor que move e transforma
Procuram ser felizes a todo custo
Respostas querem para tudo
Ostentam seu luxo mesmo na cegueira
Xingam, roubam e matam por besteira
Imaginam que conseguem ir além
Olhando o outro com desdém
Henrique Ferreira
quarta-feira, 21 de março de 2012
Verso preso
"Um verso preso é um tiro
Que a arma não disparou
Pois o gatilho travou
E o tambor não deu o giro
Se escuta só o suspiro
De alguém que escapa assombrado
E o atirador, frustrado
Remóe a raiva no dente
Sentindo o mesmo que sente
Alguém que foi baleado"
Que a arma não disparou
Pois o gatilho travou
E o tambor não deu o giro
Se escuta só o suspiro
De alguém que escapa assombrado
E o atirador, frustrado
Remóe a raiva no dente
Sentindo o mesmo que sente
Alguém que foi baleado"
terça-feira, 20 de março de 2012
Salmo Perdido
"Creio num deus moderno,
Um deus sem piedade,
Um deus moderno, deus de guerra e não de paz.
Deus dos que matam, não dos que morrem,
Dos vitoriosos, não dos vencidos.
Deus da glória profana e dos falsos profetas.
O mundo não é mais a paisagem antiga,
A paisagem sagrada.
Cidades vertiginosas, edifícios a pique,
Torres, pontes, mastros, luzes, fios, apitos, sinais.
Sonhamos tanto que o mundo não nos reconhece mais,
As aves, os montes, as nuvens não nos reconhecem mais,
Deus não nos reconhece mais."
Um deus sem piedade,
Um deus moderno, deus de guerra e não de paz.
Deus dos que matam, não dos que morrem,
Dos vitoriosos, não dos vencidos.
Deus da glória profana e dos falsos profetas.
O mundo não é mais a paisagem antiga,
A paisagem sagrada.
Cidades vertiginosas, edifícios a pique,
Torres, pontes, mastros, luzes, fios, apitos, sinais.
Sonhamos tanto que o mundo não nos reconhece mais,
As aves, os montes, as nuvens não nos reconhecem mais,
Deus não nos reconhece mais."
domingo, 18 de março de 2012
POEMA DO FALSO AMOR
O
falso amor imita o verdadeiro
Com
tanta perfeição que a diferença
Existente
entre o falso e o verdadeiro
É
nula. O falso amor é verdadeiro
E
o verdadeiro falso. A diferença
Onde
está? Qual dos dois é o verdadeiro?
Se
o verdadeiro amor pode ser falso
E
o falso ser o verdadeiro amor,
Isto
faz crer que todo amor é falso
Ou
crer que é verdadeiro todo amor.
Ó
verdadeiro Amor, pensam que és falso!
Pensam
que és verdadeiro, ó falso Amor!
Dante Milano
Alma vazia
E vais para terra e nada
vai conseguir mudar... Tua passagem é curta e o que fazes aqui, aqui
mesmo vais pagar. Tua moda vazia, teu peito de cirurgia, tem quem há
de levar. Existe o senhor tempo para te contar, que nada disso vai
adiantar. Tu vai envelhecer e menor ainda vais ser. Mas
entende-se! ó pobre existência, ó grande demência, achar que a
ignorância é inteligência. Tua felicidade instantânea baseada em tua conta corrente, te faz esquecer que a vida é o maior presente e
que teu dinheiro jamais irá comprar. Teu poder vai te cegar e
como esperado só o verde enxergará. O verde da ganância, o verde
da exploração, o verde do orgulho, do status, do ter para ser. E é
aqui que tu mata e é aqui que tu morre! Deixando tua vida, tua alma,
cada dia mais pobre. O que esperar de ti mesmo? Se olhas para o lado
e só enxergas o medo, é isso que te traz a dúvida, é isso que te
traz a certeza, vais morrer! A única verdade, o resto é tudo uma
grande mentira, uma grande invenção. Eu sou uma grande mentira, você é uma grande
mentira... O que te faz se iludir por e com tão pouco? O que te faz
achar que és algo maior? Olha pra ti, tu és minúsculo e medíocre,
sujo e fedorento.
Miserável ser, mata pra viver, vive pra morrer, vai ser comido por vermes! Diferentes de ti? Não, maiores que ti? Sim! Vivem de ti, se alimentam do teu tão prezado corpo! Não é assim que te diferes dos outros animais, porque os comes e os bebes e se achas melhor e mais inteligente porque crias automóveis e arranha-céus, porque polui e desmata, porque escraviza e maltrata? Pois saiba homem ignorante, que até o burro é melhor que você, e que aquele verme que vai te ingerir é um agente da limpeza que varre para dentro do seu corpo o lixo que é você!
Henrique Ferreira
Miserável ser, mata pra viver, vive pra morrer, vai ser comido por vermes! Diferentes de ti? Não, maiores que ti? Sim! Vivem de ti, se alimentam do teu tão prezado corpo! Não é assim que te diferes dos outros animais, porque os comes e os bebes e se achas melhor e mais inteligente porque crias automóveis e arranha-céus, porque polui e desmata, porque escraviza e maltrata? Pois saiba homem ignorante, que até o burro é melhor que você, e que aquele verme que vai te ingerir é um agente da limpeza que varre para dentro do seu corpo o lixo que é você!
Henrique Ferreira
VOZES ABAFADAS
"O
ruído vem de longe e quase não se escuta.
Passa
no ar ou ruge dentro de nossos ouvidos?
Vem
do centro da terra ou do terror das consciências?
São
crianças chorando com medo da vida?
Soluços
de mães que ignoram as causas?
Gritos
alucinados de homens caídos sob as
rodas do carro
terrível?
São
os últimos brados das pátrias esfaceladas,
Os
uivos do vento nas bandeiras das nações vencidas,
Ou
no ventre do caos os vagidos do mundo futuro?
Cala
poesia,
A
dor dos homens não se pode exprimir em nenhuma língua.
Talvez
a exprimisse o ai da cabeça separada do corpo que rola ensanguentada,
Talvez
a escrevesse a mão hirta que no último
gesto de horror largou a espada,
Talvez
a dissesse o grito sufocado, o pranto que
salta, o suor
frio, o olhar esbugalhado...
Ante
o ricto dos mortos compreendo que a dor não se exprime
Em
língua nenhuma e ainda que os homens
falassem todos uma só língua."
Despertar
Viver se perguntando, refletindo e se questionando, por vezes dói um pouco... Mas é uma dor que dá por dentro e não passa na hora, ela perdura por um tempo e depois vai embora. Se novamente ponho-me a pensar, me questiono e a dor volta. Minha alma irriquieta está fadada a sentir uma angústia sem fim... Desconheço minha verdade e isso me suga as energias, me deixa desnorteado, sem prumo, nem rumo. Sou digno de pena? Minha condição de ser humano me faz materialista, egoísta, oprimido, opressor, acuado, sem amor, triste. Não! não sou digno de pena e nem você, Narciso!
Se não há caminhos, não há esperança; então vamos viver dessa angústia, é o que nos resta. Se apegamos ao vazio, tentamos burlar nossa própria desgraça, mas não adianta, onde andará tua ajuda santa? É agora que a dor se tornar mais aguda, chega a corroer o peito e a dilacerar tua alma! O que fazer? o que fará? Felizmente não há como lutar. Não existem armas para combater tua condição, não existe dinheiro que compre tua própria traição. A salvação nunca existiu nem nunca existirá, Praga!
Henrique Ferreira
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