quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Idealismo

Falas de amor, e eu ouço tudo e calo
O amor na Humanidade é uma mentira.
E é por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.

O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?

Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
— Alavanca desviada do seu fulcro —

E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!

Augusto dos Anjos

domingo, 16 de setembro de 2012

Em qual mentira vou acreditar?


O amor que idealizamos como sendo aquela coisa linda, bonitinha, fofinha, preciosa, eterna, e outros vários adjetivos que nos ensinam desde pequenos, não passa de uma doce ilusão. Algo que criaram e que a gente segue, busca, defende mas que nunca vai sentir, muito menos vivê-lo. É um conceito de amor impossível de ser alcançado, que só pode ser assistido, lido, escrito, idealizado!

Eu respeito, claro, a forma de cada um se enganar, afinal, é preciso acreditar na mentira que nos faz "bem". É, o amor e o interesse, lado a lado; numa perfeita sincronia, eu minto pra ele de noite e ganho um carro de dia. 

Henrique Ferreira